Por Antônio Diógenes – ponto de informação

Foto: Antônio Diógenes e Paulo Muniz, Diretor do Demutran Jaguairbe/Ceará

11 de abril de 2025

Mais de 33 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil apenas em 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). O número equivale a uma média de 92 mortes por dia, ou uma vida perdida a cada 15 minutos nas ruas e rodovias do país.

A estimativa reforça o alerta sobre o comportamento dos motoristas, sobretudo em cruzamentos com sinalização semafórica, onde muitas dessas tragédias se iniciam por um gesto aparentemente simples, mas extremamente perigoso: avançar o sinal vermelho.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), essa infração é considerada gravíssima, com penalidade de R$ 293,47 e 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No entanto, especialistas afirmam que o maior prejuízo vai muito além da multa.

“A integridade da vida não diz respeito apenas à morte. Estamos falando também de lesões permanentes, que deixam sequelas por meses ou até por toda a vida”, destaca o diretor do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Jaguaribe, Paulo Muniz.


📉 Acidentes que deixam marcas para sempre

Dados da Seguradora Líder, que gerenciava o antigo seguro DPVAT, mostram que entre 2008 e 2015, mais de 2,5 milhões de brasileiros ficaram com invalidez permanente em decorrência de acidentes de trânsito. Muitos desses casos ocorreram justamente em cruzamentos, onde o respeito ao semáforo poderia ter evitado colisões frontais ou transversais.

Além do impacto físico e emocional, os acidentes afetam o sistema público de saúde e sobrecarregam a Previdência Social. Os custos indiretos, segundo estimativas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), ultrapassam R$ 50 bilhões por ano.


👥 Comportamento agressivo ainda é o maior inimigo

Estudo divulgado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) aponta que mais da metade dos acidentes poderiam ser evitados com mudanças simples de comportamento por parte dos condutores. A imprudência é o fator predominante.

Segundo levantamentos do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), 21% dos motoristas envolvidos em sinistros mantinham atitudes consideradas agressivas, como desrespeitar sinais de parada, ultrapassar pela contramão ou acelerar em cruzamentos. Outros 32% ignoraram sinalizações básicas ou estacionaram de forma irregular.

“Mesmo sabendo dos riscos, muita gente avança o sinal vermelho achando que não vai acontecer nada. Mas o que está em jogo é a vida de pedestres, ciclistas, passageiros e do próprio condutor”, reforça Paulo Muniz.


🚸 Pedestres ainda são os mais expostos

Mesmo quando o sinal está verde para os veículos, o CTB determina que idosos, gestantes, pessoas com deficiência, crianças e pedestres já em travessia têm prioridade absoluta.

Essa regra nem sempre é respeitada. A pressa e a desatenção fazem com que muitos motoristas deixem de parar mesmo diante de pessoas visivelmente vulneráveis tentando atravessar a via. A omissão também é infração — e pode configurar responsabilidade em caso de atropelamento.

“O semáforo orienta. Mas quem decide parar é o motorista. É nesse instante que entra a consciência de quem valoriza a vida”, conclui Muniz.


🚦 Educação e fiscalização caminham juntas

Para especialistas em segurança viária, é essencial combinar campanhas educativas, reforço na sinalização urbana e aumento da fiscalização eletrônica em pontos de alto risco.

Programas como a Semana Nacional do Trânsito, promovida pela Senatran todos os anos em setembro, ajudam a disseminar boas práticas, mas ainda enfrentam resistência cultural entre parte dos condutores.

“Enquanto não compreendermos que o trânsito é um espaço coletivo, continuaremos contando mortos”, alertam técnicos da área.


📍 O que diz a lei sobre o avanço de sinal


📢 Conclusão

Respeitar o semáforo é mais do que obedecer a uma luz colorida. É reconhecer que, por trás de cada esquina, há alguém esperando chegar vivo em casa.

O trânsito seguro depende de leis, sim — mas depende, sobretudo, de atitudes conscientes e humanas.

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